Choque de gestão? Déficit zero? Esqueça. A nova marca do governador mineiro Aécio Neves é um palácio flutuante de Niemeyer num centro administrativo de R$ 1,2 bilhão. Conheça o projeto e faça um passeio virtual pela obra.
MONUMENTAL
Vista das obras da Cidade Administrativa, que vai reunir o palácio do governo e todas as secretarias mineiras
Vista das obras da Cidade Administrativa, que vai reunir o palácio do governo e todas as secretarias mineiras
Em dezembro, a um ano do fim de seu segundo mandato, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), deverá inaugurar a maior, mais cara e mais ousada edificação da história de Minas: um majestoso palácio governamental suspenso dentro de um complexo estatal que reunirá, em mais dois megaedifícios, as 18 secretarias de Estado e outros 33 órgãos da administração. Tudo projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, de 101 anos (confira ao final do texto um "passeio virtual" pela obra, em que é possível conhecer detalhes da construção).
Estimado originalmente em R$ 500 milhões pelo governador, as obras da Cidade Administrativa de Minas Gerais já estão orçadas em R$ 1,2 bilhão. Daria para fazer quatro hospitais como o Instituto do Câncer de São Paulo (antigo Instituto da Mulher), considerado o maior dessa especialização na América Latina, com 474 leitos. E ainda sobrariam R$ 120 milhões. Além do preço, a Cidade Administrativa impressiona pelo tamanho, pela arquitetura e pela velocidade com que está sendo erguida. A área total do complexo é de 804 mil metros quadrados, o equivale a 97 campos de futebol como o do Maracanã. Quando estiver em pleno funcionamento, no fim de 2010, deverá abrigar 20 mil funcionários e receber, diariamente, cerca de 10 mil visitantes. Se fosse uma cidade real com essa população, seria maior que 82% dos municípios brasileiros.
Assim que tudo estiver pronto, no segundo semestre de 2010, os mineiros poderão pleitear uma citação no livro dos recordes para o palácio do governador. O prédio, segundo o escritório de Niemeyer, terá o maior vão livre em concreto suspenso da história da arquitetura: 147,5 metros de comprimento, o dobro do vão-livre do Masp, em São Paulo.
Apesar da crise, o canteiro de obras está a pleno vapor. Com 4.800 operários trabalhando simultaneamente, a construção atingiu seu pico de atividade em maio. Os engenehiros gostam de repetir que se trata da “maior edificação em andamento em toda a América Latina”.
O governo mineiro diz que fará economia com o novo complexo. Hoje, segundo a secretaria de Planejamento, o Estado aluga 59 imóveis em Belo Horizonte para abrigar diversas repartições. Com instalações próprias, estima-se que deixará de pagar R$ 30 milhões por ano com aluguéis. Além disso, serviços poderão ser unificados, como motoboys, refeitórios, motoristas e seguranças.
Quem não está muito convencida da conveniência do projeto é a oposição. “Essa construção é uma prioridade governamental, mas não é uma prioridade da sociedade mineira”, diz o deputado estadual Adelmo Leão, do PT. “O palácio de R$ 1,2 bilhão é bom para fazer marketing, só que o governo ainda tem muitos problemas: Minas não cumpre com o piso nacional dos professores, não faz concursos e permanece como um dos únicos Estados que não cumprem com o investimento mínimo obrigatório de 12% das receitas na saúde”, afirma.
Estimado originalmente em R$ 500 milhões pelo governador, as obras da Cidade Administrativa de Minas Gerais já estão orçadas em R$ 1,2 bilhão. Daria para fazer quatro hospitais como o Instituto do Câncer de São Paulo (antigo Instituto da Mulher), considerado o maior dessa especialização na América Latina, com 474 leitos. E ainda sobrariam R$ 120 milhões. Além do preço, a Cidade Administrativa impressiona pelo tamanho, pela arquitetura e pela velocidade com que está sendo erguida. A área total do complexo é de 804 mil metros quadrados, o equivale a 97 campos de futebol como o do Maracanã. Quando estiver em pleno funcionamento, no fim de 2010, deverá abrigar 20 mil funcionários e receber, diariamente, cerca de 10 mil visitantes. Se fosse uma cidade real com essa população, seria maior que 82% dos municípios brasileiros.
Assim que tudo estiver pronto, no segundo semestre de 2010, os mineiros poderão pleitear uma citação no livro dos recordes para o palácio do governador. O prédio, segundo o escritório de Niemeyer, terá o maior vão livre em concreto suspenso da história da arquitetura: 147,5 metros de comprimento, o dobro do vão-livre do Masp, em São Paulo.
Apesar da crise, o canteiro de obras está a pleno vapor. Com 4.800 operários trabalhando simultaneamente, a construção atingiu seu pico de atividade em maio. Os engenehiros gostam de repetir que se trata da “maior edificação em andamento em toda a América Latina”.
O governo mineiro diz que fará economia com o novo complexo. Hoje, segundo a secretaria de Planejamento, o Estado aluga 59 imóveis em Belo Horizonte para abrigar diversas repartições. Com instalações próprias, estima-se que deixará de pagar R$ 30 milhões por ano com aluguéis. Além disso, serviços poderão ser unificados, como motoboys, refeitórios, motoristas e seguranças.
Quem não está muito convencida da conveniência do projeto é a oposição. “Essa construção é uma prioridade governamental, mas não é uma prioridade da sociedade mineira”, diz o deputado estadual Adelmo Leão, do PT. “O palácio de R$ 1,2 bilhão é bom para fazer marketing, só que o governo ainda tem muitos problemas: Minas não cumpre com o piso nacional dos professores, não faz concursos e permanece como um dos únicos Estados que não cumprem com o investimento mínimo obrigatório de 12% das receitas na saúde”, afirma.