fonte: JF Hoje
por Lidiane Souza
Em 2001, o Governo de Minas abriu concurso para técnico da Educação. Segundo edital, os aprovados passariam a trabalhar em setores administrativos ligados à Secretaria e às Superintendências Regionais de Ensino, ganhando salário-base de R$ 660. Quatro anos depois, outro processo seletivo foi realizado para completar vagas ociosas. O novo edital previa as mesmas funções, a mesma carga horária e o mesmo salário. De acordo com representantes da categoria, atualmente, além de não terem recebido reajuste no vencimento básico, ainda perderam benefícios como pode ser observado nos contracheques abaixo.
Conforme a reprodução dos documentos, em 2003, apesar de o concurso ter anunciado que o piso dos novos efetivos seria de R$ 660, o vencimento básico era de R$ 449,10. No entanto, o funcionário tinha benefícios, como auxílio refeição, que faziam com que o valor chegasse a R$ 740, sem os descontos de assistência previdenciária. No total, o servidor recebia R$ 646,28 no final do mês. O contracheque apresentado é de janeiro de 2003, quando o salário mínimo era de R$ 200. Em abril daquele mesmo ano, passou a ser R$ 240.
Na análise do último contracheque recebido pela categoria é possível observar como o salário dos servidores está defasado em relação ao mínimo atual. No item vencimento básico, passou a figurar o valor de R$ 660. No entanto, a listagem de benefícios foi reduzida para apenas o auxílio transporte. No total das vantagens, passaram a receber R$ 690.
No documento apresentado à equipe de reportagem do JF HOJE, é possível observar que o servidor filiou-se ao Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público do Estado de Minas Gerais (Sindpúblicos-MG), gerando descontos (R$ 28,60) além daqueles com a Previdência. Mas, mesmo que os valores destinados à entidade não tivessem sido descontados, o total recebido está abaixo do vencimento de janeiro de 2003. Aqueles que não pagam tiveram depositados R$ 596,28. Vale lembrar que, desde fevereiro deste ano, o salário mínimo é deR$ 465.
A reivindicação da categoria é que o salário base dos técnicos passe a ser de R$ 1 mil.
Outro ponto que a categoria chama a atenção é para o valor do auxílio transporte. Como pode ser observado nos contracheques, desde 2003 os servidores recebem R$ 30 mensalmente para se deslocarem ao serviço. Se tomarmos por base 20 dias de trabalho em um mês, eles ganham R$1,50 por dia para pagarem as passagens de ônibus.
Em 2003, o valor era insuficiente para as duas tarifas em Juiz de Fora, já que o valor de cada uma delas era de R$ 1,10. Hoje, com o valor recebido diariamente pela categoria, é impossível pagar sequer uma passagem, que custa R$ 1,55.
Na pauta de reivindicações ainda estão a concessão de promoção por escolaridade adicional automática a todos aqueles que concluírem graduação e posicionamento por tempo de serviço.
No último dia 7, os servidores foram para as ruas mostrar a insatisfação com a falta de reajuste, já que o Governo teria alegado que, este ano, não concederia aumento por causa da crise econômica mundial. Em Juiz de Fora, cerca de 30 pessoas foram para a esquina das avenidas Brasil e Rio Branco, no Manoel Honório, e "deram seu recado" com faixas pedindo a valorização da categoria. Durante a manifestação, alguns colocaram "nariz de palhaço" e usaram apitos e buzinas para chamar atenção de quem passava pelo local.
Desde março, os servidores técnicos da Educação estão realizando protestos pacíficos em mais de 40 cidades do Estado. Eles escolheram o quinto dia útil do mês para fazer as manifestações, na data em que recebem o pagamento.
— Se não negociarem com a gente, continuaremos parando as atividades e vindo para as ruas mostrar nossa insatisfação — disse o técnico da Educação Paulo Henrique Ramos, durante a manifestação.
A Secretaria de Estado da Educação declarou, em nota, que, em 2006, concedeu correção salarial de 15,5% a 57,2% para os servidores do quadro administrativo. O órgão ainda ressalta que legislação aprovada em 2004 equiparou as tabelas de vencimento básico das carreiras de analista educacional e assistente técnico educacional, de acordo com nível de escolaridade.
Janeiro de 2003
(clique nos contracheques para visualizar a imagem em tamanho maior)
Conforme a reprodução dos documentos, em 2003, apesar de o concurso ter anunciado que o piso dos novos efetivos seria de R$ 660, o vencimento básico era de R$ 449,10. No entanto, o funcionário tinha benefícios, como auxílio refeição, que faziam com que o valor chegasse a R$ 740, sem os descontos de assistência previdenciária. No total, o servidor recebia R$ 646,28 no final do mês. O contracheque apresentado é de janeiro de 2003, quando o salário mínimo era de R$ 200. Em abril daquele mesmo ano, passou a ser R$ 240.
Na análise do último contracheque recebido pela categoria é possível observar como o salário dos servidores está defasado em relação ao mínimo atual. No item vencimento básico, passou a figurar o valor de R$ 660. No entanto, a listagem de benefícios foi reduzida para apenas o auxílio transporte. No total das vantagens, passaram a receber R$ 690.
No documento apresentado à equipe de reportagem do JF HOJE, é possível observar que o servidor filiou-se ao Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público do Estado de Minas Gerais (Sindpúblicos-MG), gerando descontos (R$ 28,60) além daqueles com a Previdência. Mas, mesmo que os valores destinados à entidade não tivessem sido descontados, o total recebido está abaixo do vencimento de janeiro de 2003. Aqueles que não pagam tiveram depositados R$ 596,28. Vale lembrar que, desde fevereiro deste ano, o salário mínimo é deR$ 465.
A reivindicação da categoria é que o salário base dos técnicos passe a ser de R$ 1 mil.
AUXÍLIO TRANSPORTE
Em 2003, o valor era insuficiente para as duas tarifas em Juiz de Fora, já que o valor de cada uma delas era de R$ 1,10. Hoje, com o valor recebido diariamente pela categoria, é impossível pagar sequer uma passagem, que custa R$ 1,55.
Na pauta de reivindicações ainda estão a concessão de promoção por escolaridade adicional automática a todos aqueles que concluírem graduação e posicionamento por tempo de serviço.
MANIFESTAÇÃO
Desde março, os servidores técnicos da Educação estão realizando protestos pacíficos em mais de 40 cidades do Estado. Eles escolheram o quinto dia útil do mês para fazer as manifestações, na data em que recebem o pagamento.
— Se não negociarem com a gente, continuaremos parando as atividades e vindo para as ruas mostrar nossa insatisfação — disse o técnico da Educação Paulo Henrique Ramos, durante a manifestação.
O OUTRO LADO
2 comentários:
No Distrito Federal o piso para secretário de escola é de 1.991,00 e em Minas Gerais 409,00.
Tem alguma coisa de errado nesta história!!!
O salario da educaçao de MG é vergonhoso. Onde estão os governante desse Brasil, ou melhor de MG?
Vê se faz alguma coisa Sr. governador.
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